Considerada
por muitos como a obra máxima de Ernest Hemingway, um dos maiores expoentes da
literatura americana vivencial.
A
vida de Hemingway foi por si só uma grande aventura: tentou se alistar para a
1ª guerra e foi recusado por ter um problema no olho. Não se dando por
satisfeito conseguiu uma vaga de motorista de ambulância na Cruz Vermelha. Na
Itália se apaixonou pela enfermeira Agnes Von Kurowsky que inspirou a heroína Catherine
Barkeley, de “Adeus às Armas”, enquanto ele mesmo foi inspiração para o herói,
o narrador da história, Frederic Henry, amante de Catherine.
Hemingway
teve uma intensa relação com a Espanha aonde chegou a morar durante quatro
anos. Adorava touradas a ponto de tornar-se um toureiro amador. É lendário no
meio literário o episódio em que ele vendo seu amigo, o toureiro Antonio
Ordóñez, cair ao ser ferido por um touro, pulou na arena e correu para
salvá-lo. As caçadas na África (que hoje soam politicamente incorretas) e o
boxe foram outras paixões que o acompanharam pela vida.
Também
lutou contra os fascistas na Guerra Civil Espanhola. Batalha que inspirou os
livros “O Sol também se levanta” e “Por quem os Sinos dobram”.
Na
década de 30 descobriu a pesca em alto mar e fez da ilha de Havana seu lar até
quase o fim de sua vida. Sua casa, em Finca Vigia, é hoje ponto turístico onde
milhares de pessoas vão ouvir sua história, ver seus objetos pessoais e seus
gatos – 40 –descendentes dos gatos originais.
“O
Velho e o Mar”, escrito nesta fase do autor, é um clássico. Sua escrita é
fascinante. Ora faz com que o exterior revele o caráter interior dos
personagens, ora se percebe os acontecimentos externos através dos diálogos
internos. Aliás, esta é uma característica que encanta: a franqueza e
intimidade com que o autor trata as vozes internas do velho pescador Santiago.
“O
Velho e Mar” é, no dizer do editor brasileiro Enio Silveira, “Uma obra prima da
literatura contemporânea, dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua
capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.”
Hemingway
condensou, em pouco mais de 100 páginas, o conteúdo grandioso de uma vida
inteira e influenciou gerações, descortinando a imensidão da alma humana e a
constante possibilidade do novo. É ler prá ver.
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